terça-feira, 17 de abril de 2012

Um artigo em português, sem acentos, da natalense Maria das Graças.


CARTAS DA EUROPA 1

(NOVA SERIE)


Uma viagem  a Ilha da Madeira
Vou dar seguimento  as minhas “Cartas da Europa”, interrompidas a algum tempo, relatando minha recente viagem a Ilha da Madeira, pertencente a Portugal, isolada no meio do Atlantico, a 600 km ao norte de Marrocos.


Parti do aeroporto de Gatwick, na Inglaterra, num charter que despeja semanalmente centenas de turistas ingleses avidos por temperaturas mais quentes em meio a um inverno tao frio. Apos um voo de tres horas e meia, aterrissamos no aeroporto  Santa Catarina, unico em Madeira, que eh uma obra prima de engenharia. Como a ilha nao tem grandes espacos planos, o aeroporto foi construido metade sobre colunas de concreto.


A ilha recebe  turistas o ano todo, de modo que praticamente nao existe baixa-estacao. Muito finlandes, muito alemao. Todos os dias chega um cruzeiro e houve dias em que vi ate 3 cruzeiros no porto. No  centro da capital, Funchal, a primeira atracao que visitei foi o Mercado dos Lavradores, bem organizada, exibindo entre outros, produtos exoticos como banana, maracuja, um tipo de pinha chamado anona, tudo cultivado na ilha, que tem 54 km de comprimento e 23 km de largura somente. Fiz uma excursao a parte oeste da ilha, passando pelas montanhas do centro, e num determinado ponto chamado Encumeada, vi o mar no norte e no sul.
As casas sao construidas em terreno escarpado sobre planos superpostos, de modo que as ruas e estradas sao sempre ladeira acima, ladeira abaixo num zigue-zague continuo. O unico vale existente fica na cidadela de Curral das Freiras, rodeadaa de montanhas vulcanicas. Este foi o refugio entrado por freiras da ordem de Sta. Clara numa epoca (1566) em que a ilha era assaltada por piratas.
Funchal vive exclusivamente do turismo; a quantidade de restaurants e cafes eh enorme, o que aumenta a competicao e baixa os precos. Em meio a uma temperature de 23 graus C fiz diversos passeios: caminhadas a pe ao longo de “levadas” (canais de irrigacao construidos no seculo XVIII), passeios no teleferico, visita ao Jardim Botanico, ao Museu de Arte Sacra,  a cidade velha reformada. Se voce acha que falando portugues vai se virar bem em Madeira, cuidado, pois o sotaque la eh mais forte que o de Lisboa e tive em varias ocasioes de pedir para repetir porque nao entendia bulufas.
A comida eh razoavel, nao muito sofisticada. Existem tres tipos de cafe: “bica”, que eh um cafezinho simples; “garoto”, que eh um cafezinho com leite; e “chinesa”, que eh uma media de cafe com leite. Muita sopa, muita salada. Um sanduiche meio estranho chamado “bolo de caco”, que nao passa de um pao incrustado de presunto e passado na manteiga com alho.

A minha melhor lembranca de Madeira foi a visita ao Museu de Arte Sacra, que exibe belissimos objetos de arte antigos, sobretudo do seculo XVI. Mas lamentei a falta de praia. Uma ilha cercada de mar e sem praia ... De qualquer maneira eu recomendaria ir a Madeira a qualquer um. Vale a pena.

Maria English (Gracinha)

PORTSMOUTH, Inglaterra

Abril, 2012
Nota: Gracinha English é natalense, filha de Nati Cortez.

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