segunda-feira, 30 de julho de 2012

Você gosta de bons poemas? Então, mais um para você ler e refletir.


Ser em versos

É buscar as palavras
Amigas e inimigas
Análogas e antagônicas
É o tão conhecido ser
Ou não ser.

É esse esquecimento
Que renasce
Numa palavra
Num dizer.

É fazer de conta
Que tudo chega
Nem se sabe de onde
Para poder crer.

Ser em versos
É buscar a poesia
Com tão poucas letras
Para situá-las sem mal
Num mundo ideal.

Ser em versos
È viver em busca

- Como um ente Supremo
- Que imagina ter no final

da vida o valor total.

Autora: Ana Maria Cortez.
Paris - Julho/2012.







terça-feira, 24 de julho de 2012

Relembrando Nati Cortez.

Estamos recebendo as primeiras colaborações para ampliação do acervo cultural e informativo da poetisa Maria Natividade Cortez Gomes (1914-1989). O primeiro filho a repassar fotos, recortes e páginas de jornais e cópias de composições impressas foio mano Francisco de Assis, que se encontra em Natal desde o último final de semana. Bom e histórico material que será conhecido na exposição que a UBE/RN pretende montar um Natal em homenagem a poetisa e escritora natalense que será nome da Coleção de Literatura Infanto-Juvenil Potiguar. Nati Cortez foi a pioneira em literatura infanto-juvenil do Nordeste, segundo a professora e pesquisa Sônia Othon.
Acervo da família.

domingo, 22 de julho de 2012

Regresso, poema de Ana Maria Cortez.


Regresso

Fiquei com o gosto de pinha
de abacate
de banana prata
de cajá                         
de manga
de jaca
e de caju na boca.

Fiquei com vontade
De ficar mais
Para conversar mais
Nas calçadas
Das bodegas abertas.

Ver as ruas
Os pássaros
Em desordem
Na ordem que escolhem
Na hora
Do beija-flor
Na flor de fora

Ver o passar
Dos meninos na rua
Com a cor do solar
Sem sola
Nas ruas desertas.

Mas o tempo é assim
Por vezes nos escolhe
E nos surpreende
Sem aviso
Sem nada
Esperando voltar.






                       

Regresso, poema de Ana Maria Cortez.


Regresso

Fiquei com o gosto de pinha
de abacate
de banana prata
de cajá                         
de manga
de jaca
e de caju na boca.

Fiquei com vontade
De ficar mais
Para conversar mais
Nas calçadas
Das bodegas abertas.

Ver as ruas
Os pássaros
Em desordem
Na ordem que escolhem
Na hora
Do beija-flor
Na flor de fora

Ver o passar
Dos meninos na rua
Com a cor do solar
Sem sola
Nas ruas desertas.

Mas o tempo é assim
Por vezes nos escolhe
E nos surpreende
Sem aviso
Sem nada
Esperando voltar.






                       

quinta-feira, 19 de julho de 2012

Filho de Nati Cortez no lançamento de "O Velho Imigrante".

 Na noite do dia 4 p.p., no salão de solenidades da Academia de Letras do RN, o escritor e advogado Carlos Roberto de Miranda Gomes, lançou o livro "O Velho Imigrante", um ensaio biográfico do seu sogro, o italiano Rocco Rosso, uma das testemunhas da história do crescimento urbano e cultural de Natal, a partir dos anos vinte do século passado. Rocco era fotógrafo e deixou uma foto em que aparecem pilotos franceses em Natal, sendo que um deles seria Antoine de Saint-Exupéry. Caso seja confirmada a versão, ela viria assegurar a presença de Exupéry em Natal, como executivo da empresa de aviação francesa Latécoère, nos idos de 1927/30. Minha mãe, Nati Cortez, afirmou que Exupéry esteve no restaurante Mar e Terra, na Ribeira, juntamente com outros pilotos.
Abaixo, crônica de Franklin Jorge, escritor e jornalista de Natal sobre o livro de Carlos Gomes.
FRANKLIN JORGE
Jornalista
▶ franklinjorge@yahoo.com.br
O velho imigrante. Carlos Roberto de Miranda Gomes dá-nos, na biografia de seu sogro, o italiano Rocco Rosso, do primeiro staff da aviação no Rio Grande do Norte. Sua vida, aqui, sempre esteve associada à aviação em Natal. É um livro que se fazia esperar pelos que amam a sua cidade, ao mesmo tempo em que enriquece as fontes de referência.
O professor Carlos Gomes é um exemplo de genro. Deu provas, até, de uma devoção filial à memória do genro, quando ainda prevaleciam velhos valores. Deu vida a um morto.
Conheci o velho Rocco Rosso, uma tarde, ao entrevistá-lo para a Tribuna do Norte. Morava num dos bairros mais característicos e por muitos anos isolado como uma cidadela que teve ao pé o Rio do Baldo, e as matas nativas.
Conversamos por longo tempo em sua oficina, no fundo da casa achalezada da Rua Meira e Sá 118, onde sempre morou e de onde nunca saiu, em Natal,  repositório de um rico arquivo e de álbuns de recortes que constituam uma crônica de Natal e da aviação no mundo. Toda uma hemeroteca sobre a passagem de Amélia, aviadora americana, curiosidades. Chegou a armazenar 3.000 recortes com a resenha dos registros da chegada de italianos a diversas partes do Brasil. Além disso, deixou escritos sob a forma de poemas o seu amor ao Brasil e a saudade que senta de seu pequeno país natal.
Relembrou sua chegada a Natal, a cidade que o acolheu, a amizade com Cascudo, na fase heroica do movimento aviatório e durante as transformações históricas pelas quais passava o mundo. Seu nascimento, em seis de setembro de 1899, na província de Salerno. Em 1915 foi convocado para o Exército Italiano. Combateu na primeira grande guerra mundial.
Chegou ao Brasil em 1926, aportando no Rio de Janeiro, a bordo do vapor Rei Victorio, em 11 de setembro. Casou-se com Rosa Lovisi e deixou descendência conceituada.
Era um homem alto, magro e íntegro aos noventa anos, quando o conheci. Quis saber de sua velha amizade com Luis da Câmara Cascudo. Quis saber de Natal e dos costumes da cidade. Frequentou o Café Canjica com Cascudo, também frequentado por Saint-Exupéry, pertencente à avó da futura escritora Nati Cortez.
Cascudo era muito conversador e gostava de perguntar. Conversavam sobre os noticiários internacionais e, um dia, presenteou o amigo italiano com o que Rocco Rosso chamava de “apanhado sobre a aviação em Natal”. O original do que, anos depois, seria “No rasto no avião”.
Quis saber se ainda tinha em seu poder esse manuscrito que ele desencavou da papelada. datilografado em papel duma cor imprecisa. Logo percebi tratar-se de um livro raro e desconhecido, saído daquele portento intelectual. Fiquei com esse manuscrito, por um ano, em meu poder, num tempo em que vivi a Rua Beberibe. Rocco Rosso, oriundo de Cassaleto Spartano, filho único de Raquele Rosso e Eugênio Rosso. Ao chegar ao Brasil foi morar em Juiz de Fora.
Ao devolver-lhe o manuscrito, disse-lhe que ele tinha em mãos um importante documento da história no mundo, isto é, em Natal, cidade estratégica para o movimento aviatório. Disse-lhe mais, que era um livro; um desses livros perdidos de Cascudo, escritor generoso que frequentemente emprestava, como certa vez emprestou a Nati Cortez um precioso dicionário de Tupi-Guarani. Perdeu os originais de uma História do Ceará-Mirim que era do conhecimento de Jorge Amado. Quando o visitou em 1978, em minha companhia, lembrou desse livro e cobrou-lhe a publicação. Cascudo fez-lhe a crônica desse desaparecimento, nefasto para a cultura do Rio Grande do Norte.
Eis o livro que faltava nessa rica existência de Natal. E o seu autor, Carlos Roberto de Miranda Gomes, genro exemplar de Rocco Rosso, acrescenta às pesquisas, esse registro que se junta a sua minuciosa história da seção local da Ordem dos Advogados do Brasil. Obra sobre a qual ainda não escrevi o artigo que bem merece.
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terça-feira, 17 de julho de 2012

O cientista Gelson Mendonça em Natal.

O doutor em eletrônica Gelson Mendonça ( à direita), com a esposa e o seu filho, na praça de alimentação do Natal Shopingue, em dezembro passado, no reencontro com os primos natalenses João Maria, Luiz Gonzaga, Rejane (esposa de Gonzaga) e Marta Cortez Gomes de Melo. Gelson é carioca e professor do doutorado da Universidade Federal do Rio de Janeiro. A mãe de Gelson, Iracema, era natalense e irmã da poetisa Maria Natividade Cortez Gomes.

quarta-feira, 11 de julho de 2012

Onestaldo de Pennafort, o poeta medieval.


 A POESIA MEDIEVAL NO BRASIL.
Onestaldo de Pennafort

ROMANCE DAS TRÊS IRMÃS OU MIRAMAR

                        C’erano tre zitellee tutti tre d’amore.



Nós éramos três irmãs
num castelo ao pé do mar.
A primeira era Marfida,
a segunda Guiomar.
A terceira por desgraça
Miramar se foi chamar.
Mira, mira, que remira,
Passa os dias a mirar
As ondas que vão e vem
Nas àguas verdes do mar.
Nós éramos três irmãs,
todas as três por casar..
A primeira tinha um colo
Para um punhal se cravar.
A segunda tinha uns braços,
Oh! quem m’os dera a abraçar!
A mais formosa de todas
Tinha os olhos cor do mar.
Logo por desgraça dela
Miramar se foi chamar.
Nós éramos três irmãs
Num castelo ao pé do mar,
Cavaleiros que passavam
No seu lindo galopar.
Cavaleiros que passavam,
Marfida que ia a espiar.
Tanto espiou, que algum dia
Um deles que ia a apear.
Tão bem que a mão lh’a pedia,
que ela a não soube negar.
Montou logo na garupa,
puseram-se a galopar.
Passava mais de ano e dia
que tinham ido a casar,
Ao derredor do castelo
se escuta um belo cantar.
O trovador que trovava,
Guiomar que ia a escutar.
A voz que entrava no ouvido,
A saia de lhe apertar.
Tão cheinha que ela estava
Das trovas de aquel trovar!
Chamam dois xastres, a saia
não n’a podem consertar.
Só um frade é que o podia,
Que o remédio era casar.
Chamam um frade, ali mesmo
Muito bem que os vai juntar.
Miramar, a mal fadada,
estava mirando o mar.
Passam dias, passam noites,
passam anos de contar,
Miramar, a malfadada,
estava mirando o mar!
Passam dias, passam noites,
Passam anos de contar,
Miramar, a malfadada,
Estava mirando o mar!
Arde o castelo com o fogo
Que o demo foi a atear.
Miramar, a malfadada,
estava mirando o mar!

Transcrito de página atribuída à publicação na revista Cigarra, sem data.


Miramar - a poesia medieval de Pennaforte.



Poema "Miramar" considerado um dos melhores poemas românticos de Onestaldo Pennaforte, carioca, nascido em 1902. A reprodução é de uma página da revista Cigarra, anos 30/40. Do caderno recortes e páginas de revistas e jornais com poemas preferidos por Nati Cortez.
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domingo, 8 de julho de 2012

Gracinha manda a 2ª Carta da Europa.

CARTAS DA EUROPA  2
(Nova Serie)
Por uma parte, a Inglaterra está em clima de festa devido a 2 fatores: os 60 anos do reinado da rainha (jubileu de diamente) e o início dos preparativos das Olimpíadas de 2012. Há festividades públicas e particulares para comemorar o jubileu. A tocha das Olimpíadas já foi acesa e vai sendo carregada pelo país até chegar a Londres no início de julho. Por outro lado, o clima financeiro não parece tão alegre, pois é de visível recessão; lojas são fechadas, o desemprego aumenta. No meio deste desconforto, vi a coragem de um empresário inglês da área têxtil em investir na Inglaterra para produzir seus artigos de modo a competir com sua própria fábrica na China. A dificuldade aqui de achar pessoal, treinar e produzir bem é enorme. Ele acha pouca gente que aceita trabalhar em fábrica, e, quando acha, poucos são os que permanecem no emprego. Máquina de costura industrial, mesmo a mais moderna, não atrai ninguém mais aqui.
Um evento que é a cara da Inglaterra acontece esta semana em Londres.É o show anual  de flores em Chelsea. O evento persiste desde 1913 e atrai umas 150.000 pessoas. Os ingleses em geral adoram jardinagem e é o sonho deles ir a um show como este que atrai figuras do mundo célebre como Michael Caine, Joan Collins e, claro, a Rainha.
Maio 2012
Um fato que é notícia freqüente hoje em dia na Inglaterra é a obesidade. Todo tipo de notícia sobre este tema aparece na mídia. A mais esquisita foi  sobre uma mulher que era tão obesa que, quando teve que ser atendida pelo hospital, teve que ter a porta da sua própria casa derrubada para dar passagem a ela, o que foi feito com a ajuda de 7 homens do serviço de saúde. O número de gordos e obesos só faz aumentar. Quem está tendo muita dor-de-cabeça com esta transformação popular são as linhas aéreas. A indústria de aviação Airbus ( consórcio europeu) já começou a fabricar assentos especiais para gordos que terão que pagar mais pelo privilégio de ter um assento com 5cm a mais do que o atual. Os assentos normais serão diminuídos em 2,5cm, e terão suas passagens reduzidas, conforme já adiantou a Easyjet (a maior companhia aérea da Inglaterra). O serviço nacional de saúde (NHS) já tomou medidas preventivas contra este problema que causa tantos males (hipertensão, diabetes, doenças coronárias, etc) e oferece planos gratuitos de “administração do peso”, que são obtidos através das farmácias ligadas ao sistema. Uma iniciativa louvável. Em princípio funciona assim: na primeira visita uma máquina eletrônica mede seu peso, altura e massa corporal. A pessoa começa depois a preencher um diário de tudo que ingere, que é semanalamente analizado por um profissional competente. Este então discute com o interessado, a estratégia da semana seguinte, numa conversa rápida de 10 a 15 minutos. Na volta, a pessoa é pesada. Eu já aproveito do plano e já diminuí 4.2kg em 5 semanas.
Junho 2012
Maria English (Gracinha)
Portsmouth, Inglaterra